As crianças experimentam, desde cedo, diversas emoções diferentes, que incluem a ansiedade. Esse sentimento que pode ser descrito como medo, nervosismo ou uma preocupação intensa na expectativa de algo que pode ou não acontecer é, muitas vezes, uma resposta normal do nosso organismo.

Entretanto, quando a ansiedade se torna uma preocupação excessiva e persistente com coisas cotidianas como escola, amigos, familiares e interfere na capacidade de seu filho em se relacionar com o mundo a sua volta, pode ser necessário intervir e procurar ajuda.

De fato, os distúrbios de ansiedade estão entre os problemas de saúde mental mais comuns experimentados por crianças e adolescentes atualmente. Neste artigo, vamos explorar diferentes tipos de ansiedade infantil, bem como sintomas e fatores de risco para desenvolvê-la.

O que causa ansiedade na infância?

O cérebro e o sistema nervoso das crianças ainda estão se desenvolvendo, por isso é mais provável que elas experimentem ansiedade, medos e birras. As causas da ansiedade na infância podem incluir:

• Genética – se um ou ambos os pais tiveram algum distúrbio de ansiedade, é mais provável que seu filho também tenha ansiedade.
• Meio ambiente – a experiência de traumas ou eventos estressantes pode desencadear distúrbios de ansiedade em crianças.
• Química cerebral – as crianças experimentam mudanças na química cerebral que as tornam mais propensas à ansiedade.
• Estrutura do cérebro – partes do cérebro que controlam as emoções se desenvolvem em diferentes “compassos”, o que pode levar à ansiedade.

Tipos de Transtornos de Ansiedade na Infância

As crianças podem experimentar uma série de distúrbios de ansiedade, dentre os quais destacam-se:

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

O TAG é caracterizado por preocupação ou ansiedade excessiva que já dura 6 meses ou mais, interfere na vida cotidiana e não está relacionado a nenhuma situação específica. Ele pode ser desencadeado por eventos da vida da criança ou estresse.

Distúrbio de Ansiedade de Separação (DAS)

O DAS é a ansiedade excessiva e persistente de uma criança por estar longe de casa ou de um dos pais ou de outro cuidador a que confie. É freqüentemente desencadeada por uma mudança na família, como um novo bebê, um divórcio ou a morte de um dos pais.

Transtorno de Ansiedade Social (TAS)

O TAS é um medo excessivo de situações sociais que podem levar a constrangimento, desaprovação ou humilhação, como fazer amigos, ir a festas, falar na frente de outros ou fazer provas.

Estratégias para ajudar as crianças a lidar com a ansiedade

Quanto mais cedo você puder ajudar seu filho a aprender como administrar a ansiedade, melhor. Aqui estão algumas estratégias que você pode tentar:

– Conversar abertamente com o médico de seu filho – A ansiedade pode ser diagnosticada e tratada em crianças. Assegure-se de que seu médico conheça as preocupações do seu filho e tenha todas as informações necessárias para avaliá-lo. Enquanto pais, temos o péssimo hábito de muitas vezes exagerar as coisas. Tente se abster disso e descrever o cenário sem exageros.

– Ensinar e praticar com seu filho técnicas de relaxamento – As crianças podem aprender a usar a visualização, a respiração profunda e outras técnicas de relaxamento muscular progressivo para ajudá-las a relaxar e a lidar com a ansiedade.

– Ensinar seu filho a administrar o estresse cotidiano – A vida moderna é estressante, não só para nós adultos como para os pequenos. As crianças também experimentam muitos fatores de estresse diariamente, tais como as obrigações da escola, relações familiares conturbadas e a aprovação social. Certifique-se de que seu filho aprenda e desenvolva maneiras saudáveis de administrar o estresse, tais como ter um horário diário mais flexível, ter tempo para brincar e ter um tempo tranqüilo para os deveres de casa a cada noite.

– Encontrar maneiras saudáveis de lidar com a ansiedade – Seu filho pode tentar fugir da ansiedade através de comportamentos prejudiciais, tais como fumar, usar drogas ou usar excessivamente a Internet. Certifique-se de que seu filho tenha bastante tempo não estruturado para se envolver em passatempos ou atividades que ele desfrute. Muitas vezes, o fator chave que leva-o ao estado de ansiedade são mil obrigações e uma agenda em que mal dá para respirar: escola de idiomas, escola formal, aula de instrumento, aulas de esporte e mais um sem fim número de obrigações.

Conclusão

A ansiedade na infância pode ter efeitos negativos e duradouros nas crianças, incluindo baixo desempenho escolar e incapacidade de criar e manter relações sociais.

Por sorte, a ansiedade infantil pode ser tratada por um psicólogo e/ou um médico e não necessariamente envolve a administração de medicamentos, algo que preocupa muitos pais. Se você notar que seu filho está passando por preocupações persistentes ou excessivas, considere marcar uma consulta com um profissional de saúde.